Quem sou eu? Bem, meus amigos e queridos leitores, vou tentar resumir o mais breve possível a minha trajetória até o lançamento deste e-book. Muitas vezes, as pessoas pensam que escrever um e-book é simplesmente pedir ao ChatGPT e ele vai te dar tudo pronto e organizado. Porém, a minha trajetória foi completamente oposta. Para começar, sou de São Lourenço, e minha mãe é de Aiuruoca. Passei grande parte da minha infância nas festas familiares, imerso na tradição de fabricação de queijos. Meu tio prosperou na vida graças à produção de queijos, e a esposa dele, que também vinha de uma família tradicional no ramo, ajudava nos negócios. Eles tinham um cliente em Juiz de Fora que comprava toda a produção, não importava a quantidade.
Lembro-me bem da minha avó, que fazia queijos e dava um toque especial que dava a liga nos queijos com sabugo de milho. Foi assim que, desde cedo, me vi envolvido nessa cultura. Minha curiosidade por queijos cresceu quando meu pai, numa ocasião, comprou queijo e combinou o pagamento para uma data futura. Quando o prazo expirou e ele não tinha o dinheiro, ouviu palavras duras. Nunca esquecerei o olhar dele, com os olhos cheios de lágrimas, dizendo que ninguém, seja rico ou pobre, homem ou mulher, preto ou branco, deveria passar pela humilhação de desejar comer algo e não poder.
A partir daquele momento, vi meu pai determinado a aprender a fazer queijo. Ele tentou várias vezes, mas sem sucesso. Foi então que uma amizade verdadeira se mostrou valiosa: uma senhora, amiga da nossa família, compartilhou uma receita que pertencia aos seus antepassados, com mais de 150 anos. Foi com essa receita que meu pai, finalmente, conseguiu fazer o queijo minas frescal à perfeição. Curiosamente, a técnica ensinada por ela era semelhante à usada pelos holandeses e dinamarqueses que se instalaram nas terras altas da Mantiqueira, especialmente na cidade de Aiuruoca. Com perseverança e dedicação, essa cultura moldou a fabricação de queijos na região, dando origem ao famoso queijo prato.
Um bom queijo natural, assim como um investimento, se valoriza com o tempo. Quanto mais envelhecido, maior o valor do queijo. Neste e-book, procurei compartilhar todas as técnicas que levam à produção de um queijo de qualidade. E, com uma clientela fiel, você pode transformar essa produção em uma fonte de renda. Mas, sendo honesto, preciso dizer que a jornada é longa. No entanto, é também extraordinária. Lembro-me de ouvir minha mãe conversando com meu pai, e o orgulho era palpável quando ele dominou a arte de fazer uma mussarela perfeita.
Além disso, com as certificações e registros adequados, você pode até mesmo participar de competições – desde campeonatos municipais até torneios mundiais. Recentemente, o queijo brasileiro chamado Morro Azul foi premiado no torneio mundial de queijos. E, mais um detalhe importante: o sítio onde meus avós moravam pertencia a uma pessoa extraordinária, que era tio avô de muito a pessoa muito famosa que sempre ia com a sua avó no sitio. Quando íamos na casa dele: Ele nos recebia com 13 variedades diferentes de queijos. Era uma experiência incrível! Inclusive, pessoas famosas visitavam o sítio e também apreciavam essa diversidade.
Então, meus amigos, convido vocês a embarcarem comigo nessa jornada fantástica, explorando o mundo sensorial dos queijos e descobrindo como o sabor pode contar histórias e criar memórias. Obrigado por estarem aqui e por fazerem parte dessa viagem sensorial.
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